AGORA É GREVE!

Depois de várias rodadas de negociação entre agosto e setembro, é os bancos dizendo não para todas as nossas reivindicações, agora não tem mais jeito, AGORA É GREVE!

NÃO COMPENSE AS HORAS DA GREVE - BANCOS NÃO SÃO ENTIDADES FILANTRÓPICAS


GREVE É DIREITO, NAO É DELITO!

22 novembro, 2009

Pesquisa revela expressiva taxa de suicídio entre bancários

São Paulo – As péssimas condições de trabalho nos bancos estão levando centenas de bancários ao suicídio. Segundo pesquisa inédita da Universidade de Brasília (UnB), 181 bancários deram cabo à própria vida no Brasil entre 1996 e 2005, uma média de um suicídio a cada 20 dias. Entre as principais causas que levam o trabalhador a tomar essa medida extrema estão as pressões para o cumprimento de metas, a falta de funcionários para muitas tarefas, o assédio moral e perseguições gratuitas. O medo do desemprego ou de retaliações também abre uma brecha para o sofrimento.

“O estudo demonstrou que qualquer pessoa considerada normal está sujeita a passar pelo mesmo processo. Por mais equilibrada que seja a pessoa, caso não encontre soluções práticas para livrar-se das causas do sofrimento, seja por meio de uma remoção para outro setor na empresa, seja por meio da troca de emprego ou aposentadoria, a possibilidade de adoecimento é enorme. Alguns somatizam doenças físicas, outros desenvolvem transtornos mentais. De forma extrema, alguns entendem que a vida não merece ser vivida, optando pela radicalização por meio do suicídio”, explica o pesquisador Marcelo Finazzi, mestre em administração pela UnB e autor da dissertação Patologia da Solidão: o suicídio de bancários no contexto da nova organização do trabalho, em entrevista para o do Instituto Humanitas Unisinos.

O pesquisador, que também é funcionário do Banco do Brasil, associa a taxa de suicídios e doenças do trabalho às transformações ocorridas no mercado financeiro a partir da década de 1990. No período, 430 mil bancários foram demitidos no Brasil. Se antes os bancos tinham lucros com a inflação, após 1995 o papel do bancário mudou. “Ele passa a ser vendedor e consultor. As cobranças se acentuaram”, afirmou em entrevista para o site da UnB. O vínculo estabelecido entre as empresas e o trabalhador muda bruscamente e passa a ser o de submissão. “Cabe ressaltar que as reengenharias organizacionais também costumam resultar em enorme sofrimento, pois quase sempre geram demissões, mais trabalho para os que mantêm o emprego e, não raro, desorganização completa da vida pessoal do sujeito. A perda do equilíbrio se completa pela constatação de que o discurso reiteradamente veiculado nos informativos da organização, impregnados de mensagens de amor à empresa e empregados felizes, contrasta violentamente com a percepção de realidade do trabalhador”, explica.

Para Marcelo, o fator mais determinante que leva o empregado à desestabilização e à perda da vontade de viver é a falta de reconhecimento pelo esforço despendido para a realização das tarefas. “O trabalho é poderosa fonte de identidade e pertencimento social: o que os sujeitos esperam, no mínimo, é a valorização do que está sendo feito em prol dos objetivos organizacionais. O problema é que, em algumas ocasiões, o sujeito se dedica durante 10, 20, 30 anos, desenvolve laços afetivos com a empresa e, de repente, é convidado a se retirar ou é excluído compulsoriamente, como se toda a dedicação incondicional não tivesse valor algum”, comenta.

Para o autor, o estudo indica a necessidade de humanização das relações de trabalho nas empresas. “Falta o cumprimento da legislação trabalhista, metas de produção condizentes com a capacidade física e psicológica dos funcionários, assim como o treinamento dos gestores para lidar com os conflitos. O suicídio tem sido o desfecho trágico de muitos trabalhadores que sucumbem às violências do trabalho”, conclui.

Redação, com informações do site da UnB, no endereço: http://www.unb.br/noticias/bcopauta/index2.php?i=569

12 novembro, 2009

DIREITO NA MEDICINA – POR CÂNDIDO OCAMPO - CID no Atestado Médico

[ARTIGO] [Quinta-feira, 20 de Março de 2008 - 10:21]

Uma das questões enfrentadas pelo médico em sua rotina profissional é a que se refere à legalidade da aposição da Classificação Internacional de Doenças e de Problemas Relacionados à Saúde –CID nos atestados. Muitos a chamam erroneamente de código internacional de doenças. A CID é um sistema de categorias atribuídas a entidades mórbidas segundo os critérios internacionalmente estabelecidos.

Em regra os profissionais da medicina devem exarar atestados sem fazer qualquer referência ao diagnóstico, vez que este é de interesse única e exclusivamente do paciente, e está protegido pelo dever ao sigilo profissional.

O segredo médico é uma espécie do segredo profissional assim erigido na busca da prevenção da intimidade do paciente, intimidade esta protegida, inclusive, pela Constituição Federal. Conseqüentemente, o segredo médico existe e pertence exclusivamente ao paciente, única pessoa com legitimidade para dele dispor.

A aposição da CID no atestado médico é plenamente legal e se torna obrigação do médico quando é o próprio paciente ou seu responsável legal que solicita. Neste caso não há qualquer dúvida. É aconselhável, no entanto, que o médico registre formalmente o pedido autorizatório do paciente, se possível no próprio verso do atestado, evitando assim discussões futuras.

Dúvidas surgem quando órgãos públicos de auditoria solicitam diretamente do médico assistente a aposição da CID no atestado do paciente. Em relação aos pedidos de órgãos como juntas médicas oficiais, entendemos que não há óbce legal ou ético na aposição da CID, vez que se tratam de setores de perícia médica, portanto sem a identificação da doença que legitimou os direitos do paciente torna-se impossível a realização da perícia e posterior homologação.

Por outro lado, os profissionais das juntas médicas que tiverem acesso ao respectivo atestado também estão obrigados a manter o sigilo profissional, não ferindo assim os direitos do paciente. Este entendimento encontra arrimo na ordem insculpida no artigo 108 do Código de Ética Médica que estabelece ser “vedado ao médico facilitar manuseio e conhecimento dos prontuários, papeletas e demais folhas de observações médicas sujeitas ao segredo profissional, por pessoas não obrigadas ao mesmo compromisso”.

O mesmo não se pode dizer de empresas privadas que condicionam a validade do atestado à aposição da CID, sendo esta postura totalmente ilegal, pois fere o direito constitucional do paciente à sua privacidade e constrange o médico a praticar ato contrário aos seus princípios deontológicos. Nestes casos cabe ao paciente/empregado procurar seus direitos recorrendo ao Judiciário, e ao médico recusar-se a fazer aquilo que seu regulamento ético não permite.

Cândido Ocampo, advogado atuante no ramo do Direito Médico.

Fonte: CÂNDIDO OCAMPO
Autor: CÂNDIDO OCAMPO

http://www.rondoniagora.com/web/ra/noticias.asp?data=20/3/2008&cod=17279

CLIMA DE GUERRA NO BB: EXECUTIVOS QUEREM DETONAR DIRETOR, MAS NÃO CONSEGUEM

Uma nuvem negra está pairando sobre o Banco do Brasil. O comando da instituição -- presidente e vice-presidentes -- decidiu demitir um diretor pelo estrago que ele vem fazendo em sua área, mas não consegue. Esse diretor é protegido do deputado federal Ricardo Berzoini, presidente nacional do PT.

Por causa desse diretor, o BB está tendo que responder a uma série de ações judiciais por danos morais e abuso de poder. Em apenas uma ação, foi condenado a pagar R$ 100 mil a um funcionário que perdeu o cargo de advogado de forma sumária, depois de 10 anos na função.

Diante do estrago que os processos podem causar à imagem do BB, uma instituição de capital aberto, o banco entrou com pedido para que tudo corresse em segredo de Justiça. Mas ontem, dia 9, o pleito foi negado.

A guerra entre o comando do BB e o tal diretor já chegou ao Palácio do Planalto. Lá, dizem que é questão de dias para que o tal diretor deixe o cargo.

http://www.dzai.com.br/blog/blogdovicente


Indico aos amigos a leitura no sitio www.correiobrasiliense.com.br da matéria publicada no blog do Vicente, sobre situação do jurídico do BB.

É lamentável...

11 novembro, 2009

Veja de quem foi a maior PLR da Caixa... E em uma só parcela.

CEF banca festa de arromba para o advogado do PT que se tornou o novo ministro do STF

Na Trincheira 109
10/11/2009

O Brasil todo acompanhou a polêmica em torno da nomeação de José Antonio Dias Toffoli para o Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta corte de Justiça do país. Não custa lembrar que Toffoli ganhou visibilidade como um dos mais aguerridos advogados do PT, principalmente na época em que a sigla ganhou novo significado: ao invés de Partido dos Trabalhadores, passou a ser lida como "Partido dos Trambiqueiros".

Mesmo sabendo que o jovem advogado ficará para sempre sob o manto da suspeição, o senhor Luiz Inácio Lula da Silva não teve dúvida -- nem muito menos vergonha na cara -- e indicou seu escudeiro para a vaga aberta pelo ministro Carlos Alberto Menezes Direito, que morreu no dia 1o de setembro.

A Caixa Econômica Federal, petista que é, destinou nada menos que R$ 40 mil para homenagear o infiltrado do partido no STF. Alguém tem dúvida de que José Antonio Dias Toffoli foi posto no STF para ajudar os companheiros do PT no caso do mensalão? O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região/Conlutas não!

Nossa entidade também espera que o governo Lula tenha um pouco de escrúpulos e pare de utilizar recursos de um banco público para fazer festanças para seus comparsas! É absurdo e enojante fazer festa com dinheiro da CEF para agradar ministro enquanto seus trabalhadores lutam justamente para pedir aumento de salários e uma PLR melhorada, o que é negado pela diretoria petista da instituição.
 
http://www.seebbauru.com.br/

08 novembro, 2009

Avaliação da campanha salarial dos bancários 2009

A categoria protagonizou mais uma grande luta, que faz parte do ciclo iniciado em 2003. Houve variações de banco para banco, mas no geral a luta neste ano foi fantástica.


A greve na CEF e no BNB foram as mais robustas. Durou 28 dias no primeiro e 29 em alguns estados; no outro banco atingiu 30 dias.

No BB a greve não foi tão forte, mas foi mais expressiva que no ano passado. Nos bancos privados houve uma participação maior que nos últimos anos, ainda que a greve ainda tenha a característica de ser de dentro pra fora.

O Acordo aprovado tem efeitos diferentes de banco para banco. Nos privados é visto como um acordo vitorioso na maioria deles (a exceção é o HSBC), nos públicos federais é visto como muito ruim e nos estaduais regionais tende a ser ruim na maioria deles também.

Os diferentes graus de satisfação têm muito haver com os diferentes graus de mobilização. Quem lutou mais esperava conquistar mais.

Assim, as conquistas da greve são vistas de forma diferente entre os bancários, com os bancos privados na ponta da satisfação e os públicos federais na ponta oposta da insatisfação. No entanto, de fato, as conquistas são muito pequenas frente à força da greve que foi feita e, principalmente, diante das necessidades e expectativa das bases e do lucro do setor.

Se a greve seguisse em todo o setor, poderia se conquistar mais. Mas, mesmo se ela seguisse apenas no BB e na CEF, já haveria espaço para mais conquistas.

O papel da direção sindical, mais uma vez, foi determinante para desmontar a greve e limitar as conquistas. Primeiro acabando com a greve na Fenaban e BB, depois na CEF.

Os bancários do BB e da CEF bem que tentaram passar por cima da direção, como em 2004, mas não conseguiram fazer isso nacionalmente. Depois que o Comando da Contraf/CUT orientou a aceitação do Acordo, no BB seguiu a greve em vários estados e depois, na CEF, vimos a mesma cena acontecendo.

Assim, podemos afirmar que havia uma greve forte que podia arrancar um Acordo bem melhor, mas que a traição da direção sindical impediu isso.

Isso coloca uma tarefa que é a de construir uma organização por local de trabalho e preparar para o ano que vem uma greve mais forte e que possa passar por cima da direção sindical quando ela for puxar o tapete do movimento.

Para que essa tarefa tenha êxito, é preciso fazer um movimento forte contra a compensação das horas da greve. Esse movimento não terá o apoio da maioria dos sindicatos, principalmente os ligados à CUT, mas é fundamental para manter a "moral" da tropa em alta.

O MNOB teve um papel determinante, mantendo uma coerência na sua política. Desde o Encontro Nacional promovido por fora da CUT, da pauta de reivindicação e do Comando Eleito na Base, até o plano de lutas com mobilizações, não só nas bases dos sindicatos do MNOB, mas também nas bases da CUT, onde o MNOB é Oposição.

Essa coerência foi determinante na hora da greve para enfrentar a intransigência do governo e dos banqueiros, ajudando na realização de uma greve forte da categoria.

Claro que o MNOB teve alguns problemas de organização, mas que não comprometeram a atuação da categoria. Isso significa que mesmo que o MNOB fosse bem mais organizado, não seria capaz de alterar de qualidade a realidade submetida.

Ou seja, não dependia do MNOB a mudança de qualidade nessa greve, mas da força da própria greve. Nesse sentido é que lamentamos a greve de pijama, com uma esmagadora parte da categoria ficando em casa ou indo viajar.

Por fim, é preciso dizer que os problemas de organização do MNOB não pode ser o centro do debate de balanço, mas a política que tivemos e nossa coerência. Nenhuma outra corrente do movimento enfrentou a CUT e se manteve na defesa da luta da categoria pelos seus direitos até o fim.

Isto é o que faz do MNOB a única alternativa viável e coerente de luta. E mesmo aqueles que criticam o MNOB pelas suas falhas organizativas, não são capazes de apresentar uma proposta superior.

Por isso, é fundamental organizarmos um Encontro Nacional, não apenas para ficarmos fazendo Balanços, mas para construirmos uma política de mobilização e de organização superior ao que acumulamos neste ano.



Wilson Ribeiro

(Este texto é uma contribuição dos Bancários do PSTU para o debate na categoria)